quinta-feira, 26 de março de 2009

Não é que tenho sorte...


Hoje recebi um e-mail da Rolling Stone Brasil dizendo que fui um dos ganhadores do Concurso Bruce Springsteen - Working On a Dream. Achei bem legal, ganhei o novo trabalho dele; nem precisei baixar ainda.

No entanto, me bateu uma dúvida: como eu ganhei?
Para participar do concurso Bruce Springsteen - Working On a Dream, cadastre-se e responda à seguinte pergunta, com no máximo 30 palavras: "O que você está fazendo pelo seu grande sonho?"

Ta, belezera, mas o que foi que eu escrevi? Não lembro mesmo! Se alguém tiver um ideia, comente por aqui.

E quanto rabo, hein.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Sobre desrespeito e heavy metal

Depois da noite de ontem, já imagino o que os organizadores do show do Iron Maiden em Interlagos pensam dos fãs de heavy metal: um bando de animais. O show tinha de tudo para dar certo. Espaço, promessas de uma apresentação inesquecível, muitos - muitos mesmo, foram mais de 60 mil - fãs da banda e música de qualidade. Infelizmente, disso tudo, apenas o espaço pecou (tirando aqueles fãs otários que sempre existem).

O desrespeito com os pagantes, sim, nós mesmos, foi tremendo. Má organização na entrada, mais ainda dentro do autódromo e na saída do evento; quer dizer, um completo fiasco e dor de cabeça para quem foi com a intenção de se divertir. Do lado de fora, filas quilométricas e má organização, coisa de quase dar a volta em Interlagos. Não negarei que cortei fila, estava fora de cogitação fazer parte daquilo que levaria mais de uma hora só para entrar; além de uma boa caminhada lá dentro.

Era uma maratona - irônico ser em Interlagos. Depois de passar pelos portões, havia uma bela estrada de tijolos amarelos a ser percorrida: um largo corredor, comprido mesmo e estreito (lembre que são mais de 60 mil pessoas), dava acesso a separação entre pista premium e normal, mesmo caminho, logo, maior confusão depois. Aí você pensa: "Ah, tudo bem. Em todo show tem um pouco de fila". Nada disso, mais ainda quando se trata de 60 mil semi-zumbis cansados e cobertos de lama; sim, lama.

Dizem que banhos de lama fazem bem à pele, não percebi isso. Fiquei embarreado até o joelho, sem contar que eu estava me sentindo no manguezal. Choveu cedo naquele dia, mas quem liga? Qual o motivo de não colocar sobre a grama, chovendo ou não, tapumes para a alegria dos pagantes? Afinal, merecemos conforto; aé, falei do respeito também? Patinar, escorregar e atolar na lama era hobby ali dentro.

Ocorreu um atraso, claro, show que é show tem que ter atraso. Não culpo a banda, muito menos a organização por isso. Mentira, a organização novamente fazendo aquilo que sentíamos em baixo de nossos pés - a sensação da lama era equivalente à da mais pura e pegajosa merda. Começa o show. Algo espetacular, uma apresentação memorável. Sem palavras, não há do que reclamar de uma das maiores bandas do mundo. Eles fizeram o que prometeram e todos saíram satisfeitos.

A questão em si não é a apresentação. Após o show teve mais maratona: a saída de mais de 60 mil fãs destruídos por locais de pouco acesso, estreitos mais do que o diabo. Resultado: tumulto, espera, fila, gente pulando grade, grade pulando gente, pessoas passando mal, o mal passando pela cabeça das pessoas e tudo de ruim que existe no mundo. Não dava para sair, o jeito - escolhidos por muitos - foi abrir caminho; destruição das grades e divisórias, construção de novas passagens. Agora me pergunto, e se tivesse dado algum problema maior, como saíriam todas aquelas pessoas? A saída de emergência não funcionaria, como não funcionou. A organização deu sorte de não ter acontecido nada de relevante, perigoso e desastroso.

Lugar sem estrutura não merece receber uma banda de tanto prestígio, muito menos seus fiéis fãs; pagamos - e caro - por um tratamento de um bando de animais. Tudo isso valeu por ser o Iron Maiden em uma apresentação marcante. Que isso sirva de lição para Interlagos e todos os organizadores, agora se virem com a destruição que deixamos devido sua filha da putisse.

sexta-feira, 13 de março de 2009

The United States of Caos

Imagine um país onde tudo pode acontecer. Bom, nada melhor do que imaginar os EUA do modo como Hollywood retrata: constantes assaltos a banco, planos malignos traçados a todo o momento, explosões, perseguições em alta velocidade, policiais comendo rosquinhas, Jack Bauer e super-heróis. É United States of Caos.

Seria mais do que engraçado se todos os clichês do cinema – por que não, também, dos quadrinhos – tivessem vida na sociedade americana. Não minto que, quando pequeno, acreditava veementemente que nos EUA tudo aquilo que assistia, acontecia: o Homem-Aranha realmente morava em NY, tirava fotos para o Clarim Diário e era o problemático Peter Parker (pronto, falei).

Levando o assunto a sério, não sei como os norte-americanos conseguem sempre estar em grande perigo e nunca desconfiarem – a não ser quando acontece uma guerra de robôs alienígenas enquanto se passeia com o cachorro, mas ele já está em perigo. A ingenuidade dos americanos, para não dizer alienação, é monstruosa, assim como Godzilla e King Kong destruindo Nova Iorque – sempre ela. O ser mais tapado do planeta, de acordo com Hollywood, seria o povo norte-americano, irônico?

Gostar de aventuras é uma coisa, viver perigosamente todos os dias é outra. A rotina do típico americano é fora do comum, ela pode ser abalada a qualquer momento por qualquer coisa banal; de Gremlins e arquiinimigos a monstros vindos do espaço e desastres naturais elevados à décima potência. Por isso, pense duas vezes antes de visitar a terra do Tio Sam, que por sinal também existe.

sábado, 7 de março de 2009

Quase de fã para fã

Ontem foi dia de Watchmen. “Vixe, ferrou geral”, foi exatamente o que pensei quando logo saquei que nem todos ali, na sala de cinema, já haviam lido uma das maiores obras dos quadrinhos já criadas. “Essa galera não vai entender bulhufas”, desesperançoso quanto o próprio quadrinho.

Minha dúvida desde o começo era se quem não chegou a ler realmente nada sobre Watchmen entenderia. Tirando toda a porradaria hollywoodiana, Watchmen é quase um filme de fã para fã. Tudo bem, nem todos sairão, muitos menos sairão, 100% satisfeitos com o resultado final, mas não tem jeito, nada agrada a tudo e todos. Os não leitores certamente se perderam em algumas partes, mas nada que complique no desenrolar do filme.

Os mesmos efeitos de câmera, iluminação e gráficos impressionantes que Zack Snyder adicionou em 300 estão em Watchmen. Considerei uma bela escolha, tanto paras ação quanto para dar o clima necessário da HQ. Câmera lenta seguido de câmera mais acelerada dá um tchan impressionante ao filme, assim como os ambientes mais “sombrios”.

Agora, sem palavras, mesmo, fico no momento de comentar os primeiros minutos do filme. Ótima primeira cena, mesmo com todos os toques de brigas de cinema, seguida pela “apresentação” do filme com “The Times They Are A-Changin”, de Dylan. Quem leu o quadrinho entra num estado de recordações de cada momento; cada cena representando partes que iriam ser explicadas mais a frente do filme – já explicadas para os fãs.

A adaptação está quase que perfeita para algo que poderia ter sido um fracasso. Algumas pequenas histórias e sutilezas que encontramos nos quadrinhos faltaram, resta esperar pelo DVD. Minha única decepção foi a parte final do filme, não entendi a mudança feita. Não é o final dos quadrinhos. Não é um final tão feliz – não de alegria – para o filme, deixa brechas para dúvidas e discussões. Certamente foi a parte mais “irritante” para os fãs. É, temos mesmo que esperar pelo DVD, não tem como.

Não sei se é só em mim, mas deixou um gostinho de querer ler novamente Watchmen. Além da alegria de milhares de novos produtos no mercado, e, quem sabe, novos fãs. Aé, dou nota 9, vai.

quinta-feira, 5 de março de 2009

It's time to watch

E não é que amanhã temos um dos mais esperados filmes de quadrinhos do ano? Os fãs estão se descabelando, como sempre, antecipadamente enquanto Alan Moore não liga, lá em Northampton. E nem ligará. No entanto, nós ligamos.
Decepção? Negação? Morte e destruição? Pela história, fico com a terceira opção. Agora, pelo filme nenhuma das anteriores. Uma decepção e negação completa não será. Pelo pouco que vi até agora, Watchmen me parece basicamente fiel aos quadrinhos de Alan Moore e Dave Gibbons, mas sempre com algumas mudanças. Nem todos sairão felizes dos cinemas de todo país; temos que levar em consideração de que quadrinho é quadrinho e filme é filme. Cada macaco no seu galho! Mas, como bons humanos que somos, teremos que misturar as duas artes, questioná-las e criticá-las, não tem jeito.
De qualquer maneira, com tantas dúvidas pelos ares, ainda acredito que será um bom filme. Não tão completo quanto os quadrinhos: são muitas as referências, sutilezas, a densidade, além de muita história mesmo. Talvez um complete o outro. Ainda estamos todos meio perdidos, assim como Watchmen. Assim como este post.

Maiores informações depois do filme, obrigado.

terça-feira, 3 de março de 2009

Modismo Linguístico - um esboço

A moda está em todo lugar, de roupas e penteados até música e língua portuguesa. Muitas dessas modas vão e vem; outras deixam simplesmente de ser moda e passam a fazer parte de nossas vidas.

Uma expressão que está - há um bom tempo - na boca do povo é o “a nível de”. “A nível de repertório o disco é ótimo”, basta dizer: “o repertório do disco é ótimo”. Os linguistas chamam essa, e mais outras formas, de muleta. Assim como existem pessoas que precisam de muletas para andar, algumas precisam para falar e escrever.

Outro exemplo de modismo é a expressão “no sentido de” no lugar de “para”. “Estamos trabalhando no sentido de conseguirmos verbas...”, a tentativa de embelezar, sofisticar, a frase é falsa. Na tentativa de deixar a frase mais apresentável, a língua vira algo oco, esquisito, artificial.

Outra mania - que já virou moda – é usar três verbos – o conhecido gerundismo ou telemarketing. “A gente vai estar enviando” ou “gostaria de estar recebendo?”, típicas frases das graciosas atendentes de telemarketing que já estão na boca do povo. “O gerundismo (abuso do gerúndio) é um fenômeno linguístico relativamente recente, que aparece em determinados contextos e em situações de formalidade. Há quem diga que essa construção abusiva do gerúndio se deve à tentativa de tradução da estrutura do inglês "will be + gerúndio". Dessa forma, nota-se que o problema é realmente de tradução, pois o gerúndio do inglês nem sempre equivale ao do português. Isso também pode ser explicado por uma tradução apressada dos manuais que vem do exterior, utilizados por empresas de atendimento a clientes e telemarketing. Esse tipo de construção deve ser substituído pela forma clara e direta: ‘Eu vou enviar o sedex’ e ‘Eu vou confirmar os seus dados’.”

Outros modismos podem ser encontrados. Gírias, bordões criados ou amplificados por personagens populares da televisão e embelezamento de frases. Romildo Guerrante escreveu para o Observatório da Imprensa, em 26 de agosto de 2008: “Ninguém discute este ou aquele assunto, mas ‘sobre’ este ou aquele assunto. Ou ‘a respeito de’, como se diz nas dublagens dos filmes do TV, hoje assimiladas pelas novelas e irremediavelmente condenadas ao sucesso. Aliás (já substituído por ‘inclusive’), ninguém pede socorro nas situações de aflição, pede-se que alguém as ajude. Já disse aqui em casa mais de uma vez: não pretendo socorrer quem diz ‘alguém me ajude, por favor’, como se diz nos filmes dublados. Só ajudo se gritar ‘socorro’. E bem alto. Não sei como viver numa sociedade que não dá nome correto às coisas, numa sociedade em que o eufemismo prevalece sobre a informação.”

O que faz essas expressões entrarem e saírem de moda? Quais as mais comuns? Por que algumas permanecem mais em nossas cabeças do que outras? Qual a justificativa do uso contínuo do gerúndio para o telemarketing? Quais as consequências do uso constante dessas muletas? Há o empobrecimento da língua devido aos modismos? O que fazer para evitá-los?

segunda-feira, 2 de março de 2009

Escolhas

Como sabemos que estamos no caminho certo de nossas vidas? Nunca se sabe. Temos que tentar, arriscar, dar as caras, tomar sopapo da vida. Recentemente, tenho conversado muito com amigos sobre estudo, faculdade e, consequentemente, futuro. Conclusões? Não sabemos mesmo se estamos estudando na área certa. Perdidos entre as antigas diversões e as atuais obrigações.
Escolher o futuro com apenas 17 ou 18 anos não é nada fácil. Temos que pensar em toda uma vida, carreira e, claro, em ganhar dinheiro muito novos e num curto período de tempo. Quando chega-se ao terceiro ano do ensino médio, somos obrigados - além de estudar feito um condenado - a pensar rapidamente no curso que iremos prestar ao final do ano. Alguns são impulsionados pelos próprios pais, destinados a prestar um curso que eles escolheram a vida toda por você; outros tentam definir sua futura profissão queimando todos os neoronios possíveis com as ideias mais bizarras. Gosto de ler, então farei letras; gosto números, logo farei matemática; gosto de bichinhos, farei veterinária; não gosto de nada, hippie é a solução - nada melhor que tocar flauta na praça da Sé todos os dias.
Não são todos que tem a sorte de acertar no curso de primeira; muitos desistem ou continuam frustrados em seus estudos. O fato de se achar dentro de qualquer coisa que for escolher é fundamental, de nada adianta estudar para qualquer que seja a área e não se identificar. Nem todo o dinheiro do mundo faz você ser feliz trabalhando. Nunca se engane pensando que aquela profissão é melhor porque dá mais dinheiro; até pode dar, mas você pode ser infeliz e gastar boa parte da sua vida pensando em ganhar dinheiro, e não aproveitar nenhum pouco. Mas também não vale escolher aquele curso que não terá futuro nenhum mesmo. Eu mesmo já havia pensado em prestar artes plásticas, não iria funcionar para mim. Tudo bem que muito menos agora conseguirei sair em férias maravilhosas pelo mundo.
E quando se pensa: será que estou certo nessa área? Tudo parece decepcionante, tedioso e outros adjetivos que não devem ser mencionados. Se estiver no primeiro ano, normal. O primeiro ano de cada curso, acredito eu, é uma das coisas mais tediosas, pura teoria. Saímos do ensino fundamental pensando que todas aquelas horas de estudo acabaram e agora é hora de colocar a mão na massa. Certo e errado: primeiro temos que estudar "tudo" de novo, só que agora da nossa futura profissão; depois chega a parte que sempre sonhamos, arregaçar as mangas.
Caso nada, nada mesmo, agrade, vale a pena desistir e buscar algo que realmente cative. Afinal, somos muito novos ainda para escolhas de uma vida inteira. É melhor desistir agora do que carregar uma bomba relógio dentro da cabeça e explodir em qualquer momento do futuro. Entretanto, existem situações e situações. Não são todos que podem dar ao luxo de desistir de um curso que demoraram ou batalharam para entrar. O que nos resta é pensar no que será o melhor para nossas vidas e, como sempre deve ser feito, arriscar. Afinal, a vida é cheia de riscos que devemos correr. No final, vale a pena.