O quadrinista André Dahmer pode ser considerado um provocador por natureza com seu humor inteligente e cheio de sarcasmo. Com a série de tiras “Os Malvados”, ganhou reconhecimento e atraiu olhares com suas cômicas críticas à sociedade.
André Dahmer seguiu tardiamente pelo mundo dos quadrinhos. Formado em Desenho Industrial pela PUC-RJ, somente no ano de 2001 que esse carioca de 35 anos decidiu fazer do hobby uma necessidade de expressão. Nesse mesmo ano veio ao ar o site “Malvados”, com seus dois supostos girassóis de frases cínicas e atitudes reprováveis.
Dahmer viu seu trabalho ganhar repercussão nacional com ajuda do boca-a-boca da internet. Logo foi convidado a ter tiras em grandes veículos como o portal G1 e o jornal Folha de S. Paulo. O humor negro e a crítica à moral e aos bons costumes ganhavam espaço e reconhecimento.
Sem nenhum tipo de freio, Dahmer faz do cotidiano sua piada e sua alfinetada certeira, seja para quem for. “Dizem que faço humor político, mas não é verdade. Trabalho também com crítica de costumes e humor pastelão. Gosto de tudo, quero trabalhar com tudo, não gosto de rótulos”, conta o autor.
O que merece uma tira?
Qualquer coisa com potencial para a tragédia e a comédia.
Os seus personagens são inspirados em algo ou alguém em específico?
Observo muito o cotidiano, mas não há algo ou alguém específico para alimentar meu trabalho. O mundo tem muito do caricato, do absurdo, do injusto. É possível buscar muitas referências nessas distorções.
“A arte perturba os satisfeitos e satisfaz os perturbados” - Witold Gombrowicz. É essa a base da sua arte?
Considero a arte um agente transformador, uma forma de não estar sozinho no mundo, mas também uma maneira de alimentar o outro. A música é um grande exemplo de como é possível dar alento e prazer aos dois lados.
Você acha que tem um olhar um pouco pessimista da sociedade? Temos salvação?
Não me acho pessimista, acredito muito na força do homem, da solidariedade, do esforço de amor ao próximo. Salvação é um conceito elástico, cada um tem a sua. O mundo tem muitas coisas ruins, claro. Mas temos muita gente boa e jovem para trilhar caminhos menos dolorosos, mais justos. Acredito que o maior problema da atualidade é a sociedade do consumo e a nossa tragédia hedonista, mas creio que vamos superar a alienação e caminhar para uma forma mais sadia de existência.
Você postou no blog dos Malvados tiras do Rafael Sica dizendo: “o orgulho de todos nós”. Por quê?
Rafael Sica é um dos grandes nomes da nova geração dos quadrinhos brasileiros. Busca elementos novos, todos nós temos muito respeito pelo trabalho que ele faz. Sica é um dos que gosta de ir na frente, abrindo a trilha no mato. Não o conheço pessoalmente, mas é um alento ter um garoto tão jovem produzindo com tamanha força.
Os Malvados
@malvados
André Dahmer seguiu tardiamente pelo mundo dos quadrinhos. Formado em Desenho Industrial pela PUC-RJ, somente no ano de 2001 que esse carioca de 35 anos decidiu fazer do hobby uma necessidade de expressão. Nesse mesmo ano veio ao ar o site “Malvados”, com seus dois supostos girassóis de frases cínicas e atitudes reprováveis.
Dahmer viu seu trabalho ganhar repercussão nacional com ajuda do boca-a-boca da internet. Logo foi convidado a ter tiras em grandes veículos como o portal G1 e o jornal Folha de S. Paulo. O humor negro e a crítica à moral e aos bons costumes ganhavam espaço e reconhecimento.
Sem nenhum tipo de freio, Dahmer faz do cotidiano sua piada e sua alfinetada certeira, seja para quem for. “Dizem que faço humor político, mas não é verdade. Trabalho também com crítica de costumes e humor pastelão. Gosto de tudo, quero trabalhar com tudo, não gosto de rótulos”, conta o autor.
O que merece uma tira?
Qualquer coisa com potencial para a tragédia e a comédia.
Os seus personagens são inspirados em algo ou alguém em específico?
Observo muito o cotidiano, mas não há algo ou alguém específico para alimentar meu trabalho. O mundo tem muito do caricato, do absurdo, do injusto. É possível buscar muitas referências nessas distorções.
“A arte perturba os satisfeitos e satisfaz os perturbados” - Witold Gombrowicz. É essa a base da sua arte?
Considero a arte um agente transformador, uma forma de não estar sozinho no mundo, mas também uma maneira de alimentar o outro. A música é um grande exemplo de como é possível dar alento e prazer aos dois lados.
Você acha que tem um olhar um pouco pessimista da sociedade? Temos salvação?
Não me acho pessimista, acredito muito na força do homem, da solidariedade, do esforço de amor ao próximo. Salvação é um conceito elástico, cada um tem a sua. O mundo tem muitas coisas ruins, claro. Mas temos muita gente boa e jovem para trilhar caminhos menos dolorosos, mais justos. Acredito que o maior problema da atualidade é a sociedade do consumo e a nossa tragédia hedonista, mas creio que vamos superar a alienação e caminhar para uma forma mais sadia de existência.
Você postou no blog dos Malvados tiras do Rafael Sica dizendo: “o orgulho de todos nós”. Por quê?
Rafael Sica é um dos grandes nomes da nova geração dos quadrinhos brasileiros. Busca elementos novos, todos nós temos muito respeito pelo trabalho que ele faz. Sica é um dos que gosta de ir na frente, abrindo a trilha no mato. Não o conheço pessoalmente, mas é um alento ter um garoto tão jovem produzindo com tamanha força.
Os Malvados
@malvados
Um comentário:
O André é muito bom!
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