Aqui já estava a criar teias pelos cantos de tanto tempo que não tocava uma só palavra pela tela. Foi praticamente impossível escrever durante a viagem que segui por cerca de 23 dias. Especificamente por dois motivos: 1) quase não tive tempo de usar computador/internet e 2) sinto até frio na espinha com os teclados que encontrei pelo caminho, não por sua sujeira - isso é de se relevar -, mas a troca de letras e falta de acentos deixava a beleza da escrita como uma das piores torturas encontradas na face da Terra.
Agora, alguns dias depois, quase que exatos sete dias de meu retorno às terras tupiniquins, decido colocar em prática a escrita on-line de tudo que fiz pessoalmente e registei da forma mais arcaica possível, no papel. Não que tive grandes aventuras e perseguições em alta velocidade, afinal, estava viajando sozinho e andando muito a pé.
O que falar de resultados? Chega a ser complicado explicar tudo que pensei durante passeios, vistas, correria, calor e frio, frio e calor com chuva, sem contar das reflexões. Uma coisa tenho certeza, não da para ser o mesmo. De uma forma estranha voltei diferente, com pensamentos diferentes, mais leve, mais querendo conhecer coisas, ler coisas e ainda com a mesma sede da música. Sair de casa - casa entenda a cidade, pois nunca estou cansado da minha casa de fato -, mudar os ares e ficar um pouco distante de tudo aquilo que estava me prendendo - como uma âncora. Não há nada melhor do que se livrar um pouco de um peso que, caso ficasse, me deixaria cada vez mais preso e talvez irritado.
Foi uma viagem, que mesmo sozinho, deu para melhorar, conhecer pessoas diferentes, com pensamentos diferentes, com costumes e culturas diferentes e gostos podendo ser diferentes ou não. Faltava um pouco de vida a uma pessoas que gosta de viver, mesmo de forma diferente e única. Era o tempero que faltava - mesmo eu não gostando de temperar saladas - para que eu pudesse melhorar, enxengar as coisas de forma diferente - não diferente, mas melhor, mais bacana - e dar um grande valor a toda a experiência conquistada e principalmente à vida.
Mudar é interessante, estar bem é melhor do que qualquer coisa.
Um comentário:
Nossa Rafa
o post ficou ótimo. Eu te entendo perfeitamente. A gente sempre volta diferente de uma viagem!
E, realmente, mudar sempre faz bem.
Amei o texto. Parabéns
Line.
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